Estou agora na cidade de Águas
Lindas, são 22 horas e faz muito frio aqui…
Fiquei horas e horas a fio, tentando juntar letras e
letras em palavras que expressassem o que agora sinto ….
Pensei então em falar da saudade da Trindade
Terra Santa; da Trindade dos Carros de
Bois; da Trindade da Matriz e da Basílica; da Trindade do 22º BPM; da Trindade do Divino Pai
Eterno…
Mas que sentimento é esse que invade
a alma da gente e nos deixa assim com o olhar perdido…num louco desejo de
rever, de estar e permanecer com o outro?
A escritora Clarice Lispector ressume bem esse
sentimento: “Saudade é um pouco como fome. Só
passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a
presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser
o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se
tem na vida.”
Assim me sinto agora.....! E em meio ao frio silêncio
de Águas Lindas, tenho fome do silencio contemplativo do Carmelo de Trindade,
onde longe do barulho ensurdecedor dos homens e do mundo, imerso no orante
silencio do Jardim de Deus, silencia-se não só minha voz, mas também meu
coraçao... Saudade da minha Madrinha de
Intercessão Irma Rosineli!
Saudade...
Da Trindade do Barro Preto...
Da Trindade da Vila...
Da Trindade do Beco,
Da Trindade das pessoas que acolhem, que amam......
As vezes, como agora aqui no “silêncio da noite”, me
pergunto:
Entre tantas Igrejas...
Entre tantos lugares...
Entre tantos refúgios,
Em meio a outras tantas pessoas por que tanta
saudade de Trindade?
Não sei ...!
Não sei....!
Sei apenas que
sinto saudade das partilhas com o Padre Marco Aurélio; das idas e vindas
pela Avenida Manoel Monteiro e Rua Irani
Ferreira; saudade das pessoas que sonharam os mesmos sonhos que eu no 22º BPM; saudade também do amigos Cristiano, Eduardo, Paraná e
Leila...
Estranho esse sentimento chamado saudade, pois se
de um lado não cabe no coração e escorre pelos olhos, do outro é como uma taça
aberta para o infinito... e o só o que é infinito pode preencher....
Assim, por muito amar me pego pensando nos tempos
vividos na minha Trindade, nas conversar
perdidas, nos sonhos partilhados e nas amizades ali firmadas...
Como tantos e tantos outros me juntarei a uma
Legião de Romeiros, e tenho certeza, meu coração baterá mais forte na caminhada de retorno à minha Doce Trindade,
que exala o amor do Pai Eterno, amor esse que preencherá minha saudade!
Como já disse Mario Quintana, “o tempo não para! Só
a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...” e na certeza de que guardada
na minha retina estará sempre presente,
a cidade de Trindade , fecho meus olhos e aqui sentado à mesa, contemplo a Imagem
Peregrina do Divino Pai Eterno, presente do Padre Robson, e ergo a minha voz
desafinada pelo nó preso na garganta,
com um suave clamor:
“Vos pedimos o Pai Eterno a Vossa benção, Vossa
benção e proteção!
É de todo o coração que Vos pedimos Vossa benção e
proteção!”
Obrigado Trindade!
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