sábado, 28 de abril de 2012

ENREDADOS







Twitter…
            Facebook…
                           Orkut…
                                     Blogs…
                                               Tumblr...

Entre avatares, seguidores fakes, perfis e unicórnios, enredados vivemos agora…



Username...
Passaword...
Login...
Conectandoooo...
Pronto...! Plugado!



Ligado a uma “time line”intangível...
Preso a estruturas sociais sem fios, e sem hierarquia...
Passeio por uma vitrine onde atores se misturam em busca de capital social...

Em uma só palavra...
Navego....!

E por horas a fio fico ...
A twittar intrigas...
A compartilhar amizades..
A cutucar escândalos...
A dar block em ideologias...
E se for sexta-feira a #FF você...



Nesse cenário de laços invisíveis onde nem sempre o verdadeiro é autêntico ou o falso é mentiroso; onde às vezes é mais fácil falar do que ser ouvido; textos, fotos vídeos e imagem são postados e fluem, e vidas se cruzam e se conectam...

Entre posts, tags, curtidas, hashtags e comentários, impregnados de minhas idiossincrasias construo e desconstruo, com um simples deslizar de dedos,  signos, significantes e significados...

Navegando entre uma coleção de nodos ligados por muitos caminhos, já nem sei quem sou...
Em que ciberespaço ficou perdido o meu eu?



Não sei..
Não sei..!

Blogueiro?
Orkuteiro?
Facebookqueiro?
Twitteiro?
Unicórnio?

Não sei..
Não sei..!

Talvez seja mais um nó na imensa rede, num constante movimento de diluição e distribuição do poder...

Quem sabe seja eu mais um guerreiro cibernético a querer fazer acontecer novas “primaveras árabes”...



Quem sabe mais uma barca no universo oceânico de informações virtuais...


Parafraseado Pierry Levy, penso ser um novo Noé a contemplar outras naus no oceano da comunicação virtual, à deriva em alto mar, de onde não dá mais para voltar...

Username...
Passaword...
Login...
Conectandoooo...
Pronto...! Plugado!




Em uma só palavra, navego!
É impossível ficar off-line!



sábado, 14 de abril de 2012

ESCOLHAS


ESCOLHAS


Branco ou preto?
Yin ou Yang?
Frio ou calor?
Falar ou calar?

Será que de fato sou livre para fazer minhas escolhas?

Eu não sei ...
Você o é?

Tudo o que faço, tudo o que sou é livre arbítrio ou resultado de reações neuroquímicas que ocorrem no meu cérebro?


Eu não sei...
Você sabe?

Não consigo crer que as escolhas que faço sejam como elos de uma corrente em uma engrenagem, regidos de forma estanque pelas leis da física...


Se assim o for, em que vazio se encontra o homem que pensei ser? Onde fica a minha subjetividade? Onde se encontra...

O homem-matéria?
O homem-pensamento?
O homem-sentimento?
O homem-verbo?


 Será que sou apenas o resultado das somas de minhas decisões, ou é o destino no jogo da vida que embaralha as cartas?

Tudo é dual?
Tudo é escolha?
Ou tudo é fatum?



 Eu não sei...
Você sabe?

Dúvidas e incertezas permeiam meu pensamento...
Não imagino ser aceitável que Moiras estejam a tecer e cortar os fios de minha vida na roda da fortuna, entretanto, será que de fato sou Senhor das Minhas Opções?



Eu não sei...
Você sabe?

Sei que nos meus delírios, me desfaço me edifico e renasço num mundo de ideias, de signos e significados, que construo internamente diante das experiências vividas, das relações de amor e ódio que cultuo com o mundo e comigo mesmo...


Sei que dia a dia enfrentando minhas angústias e meus medos, me reinvento e na construção interna daquilo que serei amanhã, tenho a síntese das minhas decisões...


 Sei também que, citando Guimarães Rosa, “O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam."

 Assim, minhas escolhas, ações e omissões não seriam também reflexos dos meus delírios, da minha subjetividade?

Eu não sei...
Você sabe?